segunda-feira, 27 de junho de 2011
IRAN BARBOZA VISITA LOCAL ONDE TERIA PERMANECIDO PRESO O POETA ÁRCADE E INCONFIDENTE CLÁUDIO MANUEL DA COSTA ATÉ A MORTE MISTERIOSA EM 1789 NA CIDADE DE VILA RICA, ATUAL OURO PRETO - MG
O ponto mais crítico da biografia do poeta árcade e inconfidente Cláudio Manuel da Costa vem a ser a suspeita do seu suicídio. Sua morte está cercada de detalhes obscuros. Há mais de duzentos anos que o assunto suscita debates e há argumentos de peso tanto a favor como contra a tese do suicídio. Os partidários da crença de que Cláudio Manuel da Costa tenha se suicidado se baseiam no fato de que ele estava profundamente deprimido na véspera da sua morte. Isto está estampado no seu próprio depoimento, registrado na Devassa. Além disso, seu padre confessor teria confirmando seu estado depressivo a um frade que trouxe o registro à luz. Os partidários da tese de que o poeta do Arcadismo Ultramarino tenha sido assassinado, contudo, contestam tanto a autenticidade do depoimento apensado aos autos da Devassa, quanto a honestidade do registro do frade. Quem acredita na tese do assassinato se baseia em um argumento principal: o próprio laudo pericial que concluiu pelo suicídio. Pelo laudo, o poeta e partícipe da Conjuração Mineira teria se enforcado usando os cadarços do calção, amarrados numa prateleira, contra a qual ele teria apertado o laço, forçando com um braço e um joelho. Muitos acreditam ser impossível alguém conseguir se enforcar em tais circunstâncias. Esta controvérsia é apenas uma das muitas que cercam este período interessantíssimo da história brasileira, marcado por conspirações, traições, senhas, sonhos, vingaças e punições severíssimas que marcam o ciclo do ouro nas Minas Gerais (Séc. XVII e XVIII). Ali o ser humano se revela na sua inteireza, o sagrado das construções religiosas monumentais, a cobiça da riqueza marcada pela exploração das minas de ouro e o aspecto político que ensejou a Conjuração Mineira.
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